terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Todas as minhas fontes vêm de ti

Todas as minhas fontes vêm de ti
As nascentes
E amo-te com a constância do moribundo que respira
Já sem saber de que lado o visita a morte
Procuro a ligação entre ti e a luz muito miudinha depois dos temporais
Entre a luz e os estilhaços nas ruas bombardeadas
Desconheço o colar onde unes tudo
Procuro entender como é que moldas
Os meus pés ao equilíbrio que os desloca no chão
Sei que és tu que me levantas
Que remendas o meu corpo cada dia
Em ti encontro a pulsação
Que rebenta - uma artéria como nunca
Tinha jorrado. Cratera onde durmo
Recluso, árvore à chuva
Em dificuldade extrema
De respiração
Ponho a cabeça entre os ramos, lanço os braços para fora
Como um pássaro entre um bando
De disparos
Tu moves as agulhas, tu unes de novo
As minhas asas à curva do céu

Autor : Daniel Faria
Imagem : Ilya Kisaradov

6 comentários:

Cidália Ferreira disse...

Um poema muito belo e intenso! :)
-
MEMÓRIAS ... 🍀
-
Abraço, e continuação de boas festas!

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema, lindíssimos.
.
Continuação de boas festas. Feliz Ano Novo.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Paula Saraiva disse...

Lindo poema que adorei.
Beijinhos

Boas festas

Paula Saraiva disse...

Lindo poema que adorei.
Beijinhos

Boas festas

brancas nuvens negras disse...

Um grande poema.
Bom Ano 2022, que seja um tempo de felicidade.
Um abraço.

LuísM Castanheira disse...

"3.
Aproxima-te.
Preciso dos teus olhos
acesos
para não me despenhar
no vazio.
Para não ter frio.
in: Sétimo Dia, Daniel Faria, contracapa."

Uma prenda que me deram.(livro)
Gosto muito deste Poeta que tão cedo partiu. Este foi um livro que deixou quase pronto para publicação.

Um beijo, B