terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Salmo,

 


Ninguém nos moldará de novo em terra e barro,
ninguém animará pela palavra o nosso pó.
Ninguém.

Louvado sejas, Ninguém.
Por amor de ti queremos
florir.
Em direcção a ti.

Um Nada
fomos, somos continuaremos
a ser, florescendo:
a rosa do Nada, a
de Ninguém.

Com
o estilete claro-de-alma,
o estame ermo-de-céu,
a corola vermelha
a purpúrea palavra que cantámos
sobre, oh sobre
o espinho.

Autor : Paul Celan
(tradução de Yvette Centeno e João Barrento)
Imagem -Alexei Antonov

1 comentário:

" R y k @ r d o " disse...

Independente do texto/poema que li com gosto, o qual elogio e aplaudo, passo, a fim de deixar, votos de um FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO.
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos