sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Amor


O amor! O amor! Ninguém o definiu.
É sempre o mesmo. Acaba onde começa.
Quem mais o sente menos o confessa,
e quem melhor o diz nunca o sentiu.

Conhece a todos mas ninguém o viu.
Se o procuramos, foge-nos depressa.
Se o desprezamos, todo se interessa,
só está presente quando já fugiu.

É homem feito sendo criança.
E quanto mais se quer menos se alcança,
ninguém o encontra, e em toda parte mora.

Mata a quem dele vive. É sempre assim.
Só principia quando chega o fim,
morreu há muito e nasce a cada hora.

Virginia Vitorino
Imagem Laura Makabresku

4 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Imagem lindíssima. Poema deslumbrante de ler
.
Cumprimentos natalícios
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

brancas nuvens negras disse...

O amor não é o mesmo sentimento durante as fases da vida. O amor da juventude é ilusão e imaturidade, o amor da meia idade é confusão e nostalgia do amor da juventude, o amor da idade avançada é ilusão de que se pode começar alguma coisa e medo de estar sózinho. Concluindo: o amor o que é?

Paula Saraiva disse...

Poema lindíssimo de que tanto gostei.

Beijinhos e um excelente fim de semana

https://duasirmasmaduras.blogspot.com/

Cidália Ferreira disse...

Que poema fantástico!! Amei :))
*
Devaneio que afeta a minha apetência.
*
Votos de um excelente fim de semana.
Beijo.