sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Faz anos navego o incerto

Faz anos navego o incerto.
Não há roteiros nem portos.
Os mares são de enganos
e o prévio medo dos rochedos
nos prende em falsas calmarias.
As ilhas no horizonte, miragens verdes.
Eu não queria nada além
de olhar estrelas
como quem nada sabe
para trocar palavras, quem sabe um toque
com o surdo camarote ao lado
mas tenho medo do navio fantasma
perdido em pontas sobre o tombadilho
dou a face e forma a vultos embaçados.
A lua cheia diminui a cada dia.
Não há respostas.
Queria só um amigo onde pudesse jogar o coração
como uma âncora.

Autor :Caio Fernando Abreu

3 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Amigos? Muitos de nós os procuram.
Um abraço.

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema em perfeita conjunção poética. Gostei muito de ver e ler.
.
Saudações poéticas. Semana feliz .
.
Poema: “” Coração embriagado de amor ””…
.

Cidália Ferreira disse...

Excelente poema, obrigada pela partilha!
.
Vagueando até o sol se erguer
.
Beijos e uma boa tarde.