quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Curva


Antes não nos pesava
o passado, colhíamos os dias
ainda verdes, a frescura da sua polpa
na vontade dos nossos dedos.

Depois vieram os sinais
dos primeiros cansaços sem remédio,
a noite fincou-se nas pedras,
fez-se de estorvos.

Aquilo que sobrou de ti
cabe-me nos bolsos
e é pouco para as minhas mãos.

Autor : Rui Pires Cabral
Imagem : Omar Ortiz

2 comentários:

- R y k @ r d o - disse...

Imagem e poema deslumbrantes. Formam e contêm a mais bela harmonia poética.
.
Cumprimentos poéticos
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Cidália Ferreira disse...

Que poema excelente!! Obrigada
-
Manhas desertas, ruas de outono...

Beijos
Boa tarde!