escolhe para nos derrotar
nenhuma tão lenta e cruel
como a que nos faz acreditar
de novo no amor, ao mesmo tempo
que nos retira as forças para injuriá-lo
quando as promessas se revelam vãs
e percebemos que a chama que nos alenta
é a mesma que nos extingue.
E de nada serve pelos restantes dias
mostrarmo-nos compassivos
de nós mesmos, com a certeza de que
em todas as praças há um corpo apedrejado,
em todas as casas uma janela opaca,
em todos os quartos uma boca sem voz,
em todas as palavras a lembrança de outras
mais amadas e que um dia nos pertencerão.
A dor deve ser bebida em silêncio
de um só trago, ao balcão de um bar,
depois de todos haverem já partido.
Autor : Jorge Gomes Miranda
Imagem :Fabian Perez
2 comentários:
Intenso e sentido poema. Adorei ler!!
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Queria viver simplesmente na ilusão...
Beijos
Uma excelente semana!
E é no silêncio que bebemos a solidão
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