Confundido os seus cabelos com os cabelos
do vento, têm o corpo feliz de ser tão seu e
tão denso em plena liberdade.
Lançam os braços pela praia fora e a brancura
dos seus pulsos penetra nas espumas.
Passam aves de asas agudas e a curva dos seus
olhos prolonga o interminável rastro no céu
branco.
Com a boca colada ao horizonte aspiram longa
mente a virgindade de um mundo que nasceu.
O extremo dos seus dedos toca o cimo de
delícia e vertigem onde o ar acaba e começa.
E aos seus ombros cola-se uma alga, feliz de
ser tão verde.
Autor : Sophia de Mello Breyner Andresen
Imagem: David Talley
3 comentários:
Um poema algo complexo na sua construção.
Um poema encantador e foto deslumfrantes.
Beijinhos e um bom fim de semana
Muito bom Gostei bastante!
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Detalhes de uma vida de solidão...
Beijos, e um bom fim de semana
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