Anoitece em inferno a minha casa.
Fico com este começo de verso
a serenar a exaltação de não dizer nada.
Deixem-me com este sorriso a morrer
por uma sílaba mais real onde um verso
me sossegue
com unhas de lama e sangue,
como garras.
Anoitece em inferno a minha casa.
Fica a certeza de não ter fim o que
de inutilidades se basta,
ou apenas o instante em que,
por um verso, eu fui
a outra parte da casa.
Helga Moreira, in 'Os Dias Todos Assim'
Imagem : Margarida Cepêda
4 comentários:
Um poema de desespero, comum.
Um abraço.
Um poema de solidão.
Lindo.
Beijinhos e um excelente fim de semana
Imagem e poema deslumbrantes. Intenso e profundo. A harmonia poética perfeita.
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Saudações cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Um poema tão bonito! Obrigada pela partilha!
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Deambulando a sós...
Beijos, e um execlente fim de semana.
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