sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

ninguém conhece o infinito

 

A culpa é tua se dizes sempre
o mesmo nome

se tens sempre a mesma idade
e a mesma casa, se quando
revelas a tua identidade
é impossível que o céu te exploda
e que te acudas de incertezas
e de novos buracos.
A culpa é tua se ainda não
morreste, se nunca te
atrincheiraste à espera
de uma bomba que te mude os olhos
se nasces sempre no mesmo dia.
Não te aflijas.
Estás sempre a tempo de não
dormires na mesma posição
(com a mão aberta em esmola)

Também me custa
sobreviver a estes dias
mas o que ainda não chegou
é infinito.

Cláudia R. Sampaio
Imagem :Margarida Cepêda

5 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema em harmonia poética perfeita
.
Feliz fim-de-semana
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.

Cidália Ferreira disse...

Adorei cada verso. Obrigada pela partilha!
.
Sonhos moribundos
.
Beijos, e um excelente fim de semana!

Paula Saraiva disse...

Lindíssimo poema e imagem. Parabéns Beijinhos

brancas nuvens negras disse...

Nem sempre está na nossa mão mudar a nossa vida, somos vítimas das circunstâncias.
Um abraço.

Paula Saraiva disse...

Adorei o poema e a foto.
Beijinhos e um excelente fim de semana