quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Para um amigo tenho sempre um relógio


Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol. 
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Autor : António Ramos Rosa

Poemas portugueses [de Viagem através de uma nebulosa], org. Jorge Reis-Sá e Rui Lage, Porto Editora, 2009.

3 comentários:

brancas nuvens negras disse...

Um grande poema de um grande poeta.

Paula Saraiva disse...

Grande declaração de verdadeira amizade.

Adorei.

Beijinhos

" R y k @ r d o " disse...

Foto e poema, deslumbrantes.
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Saudações cordiais
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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