Natália Drepina
A verdadeira mão que o poeta estende
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se
O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita
O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende
E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta
Autor : Ana Hartherly
In O Pavão Negro(2003)
2 comentários:
há poemas assim: estrangulam.
gostei.
Um beijo.
Luis
muito obrigada pela visita.
abraço!
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