Naquele tempo o meu pai trabalhava
por turnos
como herói socialista
no sector siderúrgico
e dormia com a minha mãe.
A minha mãe esfregava
a sarja encardida:
a água ficava da cor da ferrugem.
Havia, por perto, um cão
esgalgado,
sempre a rondar.
Depois, a minha irmã nasceu
e eu fui obrigado
a rever a minha mitologia privada do caos.
Entre uma coisa e outra
aprendi a mentir.
E isso, não sei se sabem, mudou tudo.
Autor :Luís Filipe Parrado
imagem ;Anne Scottlin
3 comentários:
Uma ment5ira pode mudar no momento mas como se diz na gíria: A mentira tem perna curta. Mais tarde ou mais cedo a verdade, é como o azeite, vem sempre ao cima... e prevalece.
Bonito poema.
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Saudações … um dia feliz
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Boa noite!
Um poema absolutamente fantástico!:)
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Sãos teus olhos o mistério escondido
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Beijos, e uma excelente semana.
Um bom poema, nesse caso mentir teria sido por falta de consciência de classe?
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