O silêncio
de um fruto sobre a mesa,
apenas ferido
por um gume de luz
no meridiano.
Mas nenhuma ameaça,
nem o arnês de dedos
formando-se no horizonte,
apenas o golpe do sol
afiado na vidraça.
Um fruto
é um velho mestre
esperando na luz
as trevas
do amadurecimento.
O vinho só me lembra o não olvido.
Assim serei silêncio de uma história.
És breve. Já te esquece...
Ignara, ali sorrindo na memória,
Dum tempo que futuro hoje é já ido.
Quem ama anoitece.
Autor : Daniel Jonas
in Passageiro Frequente, Língua Morta, 2013
1 comentário:
Este poema é belo e bastante visual.
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