quinta-feira, 8 de maio de 2025

Velho Mestre

 

O silêncio
de um fruto sobre a mesa,
apenas ferido
por um gume de luz
no meridiano.

Mas nenhuma ameaça,
nem o arnês de dedos
formando-se no horizonte,
apenas o golpe do sol
afiado na vidraça.

Um fruto
é um velho mestre
esperando na luz
as trevas
do amadurecimento.

O vinho só me lembra o não olvido.
Assim serei silêncio de uma história.
És breve. Já te esquece...

Ignara, ali sorrindo na memória,
Dum tempo que futuro hoje é já ido.
Quem ama anoitece.

Autor : Daniel Jonas
 in Passageiro Frequente, Língua Morta, 2013

1 comentário:

brancas nuvens negras disse...

Este poema é belo e bastante visual.