sexta-feira, 16 de maio de 2025

Peso

Tão cheias as mãos de pedras
e de lama, de ruas sem saída,
de linhas que não são nem casas,
nem caminhos, nem janela,
nem telhado, nem paredes.

Tão cheias as mãos de destinos
confusos que não se perdoam, que
se magoam nos declives imperfeitos
dos corações sem margens. Tão cheias
as mãos de pedras e de lama. De asas
sem corpo onde fechar a dor.

E o peso. O peso dessa angústia
sem braços.

O peso.

Autor : Virgínia do Carmo
Imagem : Anka Zhuravleva

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Intenso, profundo, poderoso. Lindo de ler.
Cumprimentos poéticos

brancas nuvens negras disse...

Transportamos connosco o peso dos nossos desgostos e remorsos.