quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Palavras de Água

Fechei-me dentro dos muros
Onde meu corpo não cabia
Contente de ser prisioneira
Do cárcere que eu transcendia.

E fui no vento que tudo
Tudo o que havia varria,
Contente de ser mais veloz
Que o vento que me impelia.

Fiquei suspensa dos ramos
Que os meus cabelos prendiam
Contente de ser o destino
Da árvore em que me fundia.

E dei-me como leito às águas
Dos sonhos que transcorriam
Contente de ser o curso
Da água em que me esvaía.

Autor : Natália Correia
Imagem : TJ Drysdale

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