Os livros duram séculos e
falam da melodia da chuva,
dos rios e dos mares, das fontes,
dos húmidos beijos dos
amantes, mas também
morrem despedaçados num
qualquer temporal que parte
as vidraças e lhes tolhe as páginas
numa brutal invasão líquida.
E falam do fogo
das paixões, de estrelas
a arder no infinito,
mas o convívio das chamas
é-lhes vedado, apesar
da torpe ignorância,
a isso os ter condenado
tantas vezes.
Quantos naufrágios e incêndios
os destruiram, para depois
ressurgirem múltiplos,
audazes, amigos tão antigos e
tão novos.
Autor : Inês Lourenço
(in Coisas que nunca)
(trazido de Poema possível)
Imagem :Pinterest
2 comentários:
Os livros só valem se quisermos saber deles.
Verdades indesmentíveis.
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Saudações cordiais e poéticas.
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Pensamentos e devaneios poéticos
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