Vou buscar uma das estrelas que caiu
do céu, esta noite. Ficou presa a um
ramo de árvore, mas só ela brilha,
único fruto luminoso do verão passado.
Ponho-a num frasco, para não se
oxidar; e vejo-a apagar-se, contra
o vidro, à medida que o dia se
aproxima, e o mundo desperta da noite.
Não se pode guardar uma estrela. O
seu lugar é no meio de constelações
e nuvens, onde o sonho a protege.
Por isso, tirei a estrela do frasco e
meti-a no poema, onde voltou a brilhar,
no meio de palavras, de versos, de imagens.
Autor : Nuno Júdice
In O Breve Sentimento do Eterno
Lisboa, Edições
Nelson de Matos, 2008
2 comentários:
lindo, lindo, lindíssimo :))
Hoje:- Por ti, todos os banhos valem a pena. | Poetizando e Encantando |
Bjos
Votos de um óptimo fim-de-semana.
Mto bonito,como os poemas a que já nos habituou.
Muito bom,sempre.
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