domingo, 9 de abril de 2017

mentira

Neil Driver

há em mim, um medo do temporal
quando lá fora chove
e o vento agreste, bate nas persianas.

traz com ele um ruído, que me relembra
eternamente,
tu a bater na minha porta.

eu sei que não é
mas, isso não me afasta o medo.

e sempre que isso acontece
tapo a cabeça com o lençol
e finjo que gosto de dormir assim.

fico sempre com a sensação
da minha mentira
quando digo que já está tudo olvidado
e que não gosto, nem nunca gostei de ti …

Autor : BeatriceM

2 comentários:

LuísM Castanheira disse...

bate a chuva
bate o vento
bate o amor
em pensamento

só não bate
este lamento
trasformado
no que sinto.

Belo, gostei mto.
Abraço


Suzete Brainer disse...

Um poema excelente na expressão dos contraditórios,
uma profundidade cortante...
A verdade é que a tua bela expressividade poética
permanece na porta dentro de nós, os apreciadores
da grande Poesia.
Bjs.