sábado, 22 de abril de 2017

Súplica

Rosanne Pormerleau
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Autor : Miguel Torga

2 comentários:

LuísM Castanheira disse...

medo de amar, medo de sofrer, medo de viver...
sem paixão a existência não tem razão.
um belo poema do Torga.
bom fim-de-semana, BeatriceM
:)

BeatriceMar disse...

LuisM
obrigada!
bom fim de semana também para si.
beijinho
:)