Saul Landell
Curvam-se os dias. E no declive
A íntima inquietude de meus passos...
Amável embora a sombra espraia-se
Em azul neutro. Névoa desprendida
A derramar prenúncios. Quase tímida.
Dulcificando a erosão da cor e abrindo-se
Vagabunda ao seu destino espúrio...
Sem alardes. Que nada pode a subtileza do voo
Nem a coada luz da nuvem...
Apenas a rota das trevas e a imanência do sopro
A moldar a curva e a frágil senda
E os calcinados sonhos
Do poeta...
Autor : Manuel Veiga
1 comentário:
Eis um poema profundo. Um abraço daqui do sul do Brasil. Tenhas um ótimo fim de semana.
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