sábado, 9 de dezembro de 2017

Sombras


Voltam-se as sombras sobre nós
coisas soltas, costumes muito antigos
acompanham-nos os gestos desde perto,

desenham figuras nas paredes.

A casa sossegou, o vento veloz
Em cada recanto obscuro faz jazigos
onde se perde o olhar antes aberto.

Crescem líquenes, raros musgos verdes.
As janelas fecharam-se, vazio

o quarto. Perguntas por fazer
suspendem-se da voz

para sempre remetida ao seu silêncio.
Nada pois a temer,
sombras somos nós.

Autor:Bernardo Pinto de Almeida
Foto:dudeusz

1 comentário:

Larissa Santos disse...

Simplesmente fabuloso. ;-)

Hoje, um mini conto:- lembranças do meu coração...

Bjos
Boa noite