Aqui estão as minhas escolhas do que considero melhor em Poesia,Prosa Poética e Fotografia. Domingo é dia de trabalhos de minha autoria.
domingo, 26 de julho de 2009
sábado, 25 de julho de 2009
escultor de sombras
quinta-feira, 23 de julho de 2009

- O barulho do mar e do vento. A montanha, a ideia da montanha impraticável. E depois a terra arenosa por ali fora. E a solidão. E sentir sobretudo que já não pode haver medo. Fecho as portas da casa, a porta de saída e as portas dos quartos entre si. E fico no quarto sem soalho e deito-me no chão. Ouço o mar e o vento à frente e atrás da montanha solitária e poderosa. Depois encosto a cara à terra profundíssima para escutar o seu húmido sussurro atravessando-a toda e passando por mim. E então poderei morrer."
Autor:Herberto Helder
excerto de Os Passos em Volta
IFoto:Szara Reneta
IFoto:Szara Reneta
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Nunca se sabe

Autor:Pedro Paixão (Nos teus braços morreríamos)
Foto:kiki 123
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Formas

Há sempre uma madrugada
em que os candelabros de ouro enaltecemas tuas formas,
a tua alquimia de pecado e volúpia,
há sempre,
no teu sorriso breve,
uma brisa que regressa do mar,
trazendo o lamento dos náufragos,
a sua sede irremediável.
Nestas horas de assassinada alegria
ergues os braços e uma súplica,
mas ninguém te ouve, ninguém te vê,
encerrada numa túnica de cores puras.
Autor:José Agostinho Baptista
Foto_ar-dj
domingo, 5 de julho de 2009
Escrevo-te a sentir tudo isto...

Escrevo-te a sentir tudo isto...
e num instante de maior lucidez poderia ser o rio
as cabras escondendo o delicado tilintar dos guizosnos sais de prata da fotografia
poderia erguer-me como o castanheiro dos contos
sussurrados junto ao fogo e deambular trémulo com as aves
ou acompanhar a sulfurica borboleta revelando-se
na saliva dos lábios
poderia imitar aquele pastor
ou confundir-me com o sonho de cidade
que a pouco e pouco
morde a sua imobilidade.....
-
...habito neste país de água por engano
são-me necessárias imagens , radiografias de ossos
rostos desfocados
mãos sobre corpos impressos no papel e nos espelhos
repara.....
nada mais possuo
a não ser este recado que hoje segue manchado
de finos bagos de romã repara....
como o coração de papel amareleceu no esquecimento
de te amar.....
Autor :Al Berto
Foto;Aruan
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Hoje de manhã saí muito cedo,
Por ter acordado ainda mais cedo
E não ter nada que quisesse fazer...
.
Não sabia que caminho tomar
Mas o vento soprava forte, varria para um lado,
E segui o caminho para onde o vento me soprava nas costas.
.
Assim tem sido sempre a minha vida, e
Assim quero que possa ser sempre --
Vou onde o vento me leva e não me
Sinto pensar.
.
Autor:Alberto Caeiro (Fernando Pessoa)
Foto:ciwak
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Canção Erótica

Alegria é este pássaro que voa
Da minha boca à tua.
É este beijo.
é ter-te nos meus braços toda nua.
Sentir-me vivo.
E morto de desejo.
Alegria é este orgasmo.
Alegria é este orgasmo.
Esta loucura
De estar dentro de ti.
E assim ficar.
Como se andasse perdido e à procura
De possuir-te.
E possuir-te devagar...
.
Autor:Joaquim Pessoa
Foto;sábado, 13 de junho de 2009
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Porque escondes a noite no teu ventre?

Porque escondes a noite no teu ventre?
Nesse país de sombra onde se calam as palavras.
Aí, no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira
E onde vão morrer todos os cisnes.
Eu desvendo a tua dor, o teu mistério
De caminhares assim calada e triste,
Quando viajo em ti com as mãos nuas e o coração louco
No mais fundo de ti, onde só tu existes.
Oh, eu percorro as tuas coxas devagar
Dobrando-as lentamente contra o peito
E penetro em delírio a tua noite
Esporeando éguas no teu sangue.
De onde me chegam estas palavras?
.
Nesse país de sombra onde se calam as palavras.
Aí, no escuro lago onde estremece a flor da amendoeira
E onde vão morrer todos os cisnes.
Eu desvendo a tua dor, o teu mistério
De caminhares assim calada e triste,
Quando viajo em ti com as mãos nuas e o coração louco
No mais fundo de ti, onde só tu existes.
Oh, eu percorro as tuas coxas devagar
Dobrando-as lentamente contra o peito
E penetro em delírio a tua noite
Esporeando éguas no teu sangue.
De onde me chegam estas palavras?
.
Autor:Joaquim Pessoa
in Os Dias da Serpente Moraes Editores, 1981
Foto:meore
domingo, 31 de maio de 2009
nascemos todos com vontade de amar

.
Autor:Miguel Esteves Cardoso
Foto:netiee
quarta-feira, 27 de maio de 2009

Autor :António Ramos Rosa
Foto:Mimikra
domingo, 24 de maio de 2009
os nós da escrita

Há, todavia, um momento em que as palavras são cuspidas, saem em borbotões, e o sangue e a saliva impregnam o sentido. É impossível separá-los.
Por trás talvez não haja mesmo nada. São palavras que não estão ginasticadas, que secam e encarquilham como folhas por que a seiva já não passe.
Oprimem toda a página, através da qual deixa de ser possível respirar. Tapam-lhe os poros. A própria chuva que neles caia não se escoa.
Autor:Luís Miguel Nava
Foto:mastercrasch
sábado, 2 de maio de 2009

estivesses tudo era diferente. Pelo menos tentava não cometer os
mesmos erros. E se quisesses partir de novo eu queria ir contigo
desta vez. Porque da última vez que partiste nunca mais voltaste....
Nada sabes de mim...
Autor:Joao MArinheiro http://oultimocoracao.blogspot.com/
Foto:Roko
sábado, 18 de abril de 2009
Teatro

Autor: luís miguel nava
Poesia Completa 1979-1994
Publicações D. Quixote, 2002
Foto:Paulo Cesar http://www.paulocesar-eu.paulo/ cesar
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