sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Arroios


Não há passeio, é uma ponte
de metal verde que nos leva
a casa. Rente ao edifício,
arrancaram as pedras
da calçada – uma a uma.
Escavaram a terra
que ficou, depois.
Os prédios (o número dezoito
e os outros pares) parecem
aguardar o transplante.
Mostram os canos
descobertos: raízes
que os ligam,
a trama subterrânea da cidade.

Autor : Margarida Ferra

1 comentário:

brancas nuvens negras disse...

Hoje fixei-me na imagem, lamento a destruição que os selvagens praticam com os sprays de tinta, por todo o lado.
Um abraço.