Risquei o último fósforo
e estou agora vazia,
não esperando sequer
o deserto. Posso de novo
sublinhar os livros
sem pensar noutros olhos,
numa vontade que não coincida;
como quem se despe
de portas abertas, luzes acesas,
buracos na roupa,
indiferente ao desejo
de vizinhos e espelhos.
Sou finalmente o único fantasma
da minha vida inteira.
Autor : Inês Dias
in “Um raio ardende e paredes frias”
4 comentários:
Um poema que diz muito do que se sente, do que sentimos.
Um poema lindíssimo!! :)
**
Se, o outro lado for a distância que nos separa
*
Beijo e um excelente dia.
Poeticamente fascinante de ler.
.
Abraço
Muito bonito! Parabéns!
Ótima semana!
Beijinhos!
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