Eu canto
estas pedras de fio,
Este areal
de aves esquecidas.
Passo por
ti sem ver as rosas, a flor que pelos olho esvoaça.
Eu canto
como se aqui fosse uma praça,
Uma praça
coberta de cadáveres
E o teu
rasgado pelo ventre
Fosse um
cadáver mais por entre os dedos.
Por isso é
que esta dor não pode ser poema.
Por isso é
que não pode ser uma palavra.
Autor : Mário
Contumélias
In Sou deste
mar Lisboa,
Litexa, 1983
Imagem: Jaroslaw Datta
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