terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

PAISAGENS DA MESMA SOLIDÃO

 Ninguém me disse, um dia,
No escuro
Que há palavras que são sítios por dentro.

Ninguém me disse, um dia,
Que há noites que são quase lugares.
Paisagens da mesmo solidão,
Plena de outros lados:
As lágrimas principais.

Como ruas assim,
Que se existissem de tanto silêncio,
Seriam planícies de mais frias
E despovoadas,
Morrendo com tanta força que nunca
Se encontrariam no mesmo medo.

Porque no silêncio,
Há sempre o perigo de palavras às escuras

(onde tenho todas as ruas do mundo
À minha espera)

Autor: Duarte Temtem
 in o poema insone (Magna)

1 comentário:

Larissa Santos disse...

Muito bom :))

Bjos
Votos de um óptima Terça - Feira.