São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Autor : Eugénio de Andrade
In Coração do Dia
1 comentário:
Uma escolha excelente:))
Hoje:- És o fogo que arde no meu corpo desnudado
Bjos
Votos de uma óptima Sexta-Feira.
Enviar um comentário