Brooke Shaden
Uma nota só, de desordem persistente,
a vibrar no abismo das coisas,
no mapa dos delitos;
acarinhando o pequeno remorso precioso
dos fins por atingir;
dobrando o tempo numa curvatura baixa
que cinge os tornozelos
da fugidia esfinge;
uma nota só, de correcção insidiosa,
na dádiva natural do tempo já vivido,
de dor aflitiva pela palidez das coisas
e o seu nome por dizer.
Falando sempre, sempre lamentando
o que ficou por decidir.
Autor : © ANTÓNIO MEGA FERREIRA
In O Tempo que nos Cabe, 2005
1 comentário:
Bom dia. Fantástico o poema. Adorei... Parabéns :))
Sussuros... à maresia...
Bjos
Votos de uma óptima Quinta-Feira
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