sábado, 2 de junho de 2018

Há uma mulher a morrer sentada

Cristina Coral

Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara
Para cantar

Ela está sentada à janela. Sei que nunca
Mais se levantará para abri-la
Porque está sentada do lado de fora
E nenhum de nós pode trazê-la para dentro

Ela é tão bonita ao relento
Inesgotável

É tão leve como um cisne em pensamento
E está sobre as águas
É um nenúfar, é um fluir já anterior
Ao tempo

Sei que não posso chamá-la das margens

Autor : Daniel Faria

2 comentários:

Larissa Santos disse...

Muitos parabéns ao autor do poema. Brilhante:))

Hoje:- Sou o bago adocicado que tu beijas.

Bjos
Votos de um óptimo Sábado.

_ Gil António _ disse...

Poeticamente maravilhoso.
.
* Utópicos versos rimados num abraço entre namorados ( Poetizando) *
.
Deixando um abraço poético