Cristina Fornarelli
e longe mesmo do que amamos - que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exacto jaz.
Não necessita nada o que em si tudo ordena:
cuja tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão.
Autor : Cecília Meireles
in 'Solombra'
2 comentários:
Lindo de ler. Gostei muito.
.
* Fonte Divina de Amor Sentido *
.
Desejando um dia feliz.
quando o tempo não é nosso,
o amor é mais intenso.
o vazio fica, assim, à mercê do ocupante:
a sublimação da paixão.
um beijo, amiga.
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