quinta-feira, 30 de novembro de 2017

interiores


Ionut Caras

chove na manhã de todos os silêncios
iluminada pela bruma que penetra
a janela
a casa é um santuário no recolhimento temporário
o cão presente olha para mim
sentado, à espera da habitual refeição
mas é ainda tão cedo
e, não fora ele, a realidade escapava-se da minha mão
assim, o dia acordou
os pássaros voam e chilram
as goteiras dos beirais e varandas
produzem a música
e o isolamento acabou.
ah! guardei o beijo matinal
recebido
habitual
com que o dia começa
sempre diferente
sempre igual.

Autor : LuísM Castanheira

2 comentários:

Larissa Santos disse...

Bom dia,poema lindo demais, com uma imagem super poderosa. Adorei

Hoje: [Quero ser a lua, a noite, a chama que chega]

Bjos
Feliz, Quinta-Feira

LuísM Castanheira disse...

Numa manhã quase igual,onde só a chuva é ausente, foi bom ler aqui o que parece doutrém.
Obrigado, BeatriceM.
:)