Diggie Vitt
De novo a montanha e um silêncio íntimo
Em que percorro veredas d´água. E o magma
E nesse fogo se condensam estalactites. Afectos agora
Evanescentes. Essências matriciais ainda.
Fecha-se o círculo. Em redor as brumas
E os rostos. E os cheiros. E esta pedra
Em que trôpego desfaleço. A febre quente.
E o suor frio. E o grito d´alma que voa
Qual corrente. Veleiro sem regresso
Nem destino certo...
A vida? Esquivas corsas que de tão lestas
Se pressentem e apenas no rasto se iluminam.
Fortuitas são as horas. Não o caçador negro
Nem o coração da pedra. Apenas a água
(E sal da lágrima) são lírios e são heras.
Guardo sôfrego este silêncio e me retiro.
O fogo é agora esta paixão de nada: o eco de calcário
E meus dedos brasa. Poeira e caliça.
E muros derrubados.
E esta centelha viva que na queda
Se derrama.
Fim de tarde
Que no declinar do sol
Se incendeia.
Autor : Manuel Veiga
Lisboa Abril 2016
2 comentários:
Mal comecei a ler - sem ainda conhecer - vi logo quem era o autor.
Inconfundível o estilo.
Um poema grande dum grande poeta.
Belo.
Abraço
grato, minha amiga
generosidade a tua
fico feliz por ler meu poema neste espaço de poesia
e amizade
beijo
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