terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Cavalgada


Já rebentei de correr
Sete cavalos a fio.
O primeiro era cinzento
Com sonhos de água sem fundo
E cor do norte o segundo
Com ferraduras de prata.
O terceiro era um mistério
E o quarto cor de agonia.
O quinto, de olhos em brasa,
Era só prata e espanto.
O sexto não se sabia
Se era cavalo, se vento.
Corria o sétimo tanto
Que nem a cor se lhe via.
Quanto mais ando mais meço
As distâncias que há em mim
Cada desejo é um fim
E cada fim um começo.

Autor:Armindo Rodrigues
In “Antologia Poética para a Infância e a Juventude

3 comentários:

LuísM Castanheira disse...

Pobres cavalos que há em 'mim'
Tanto desejo chegar
Que acabo por ficar
Onde o princípio é o fim.
Belo poema
Bjs

BeatriceMar disse...

Luís

muito obrigada posso usar este comentário, para uma postagem?

obrigada!

:)

LuísM Castanheira disse...

Claro, Beatrice, pode usar...
(como tudo o mais)
Boa semana
Abraço