domingo, 11 de março de 2012

deixei-te partir



deixei-te partir sem recriminações
sem palavras, nem ecos
apenas silêncios

silêncios

quando a porta se fechou
olhei-me e não me vi
apenas senti-me num chão sem chão

ferida e magoada, anestesiada 
como se estivesse dentro de água
em hipotermia crescente

e pensei no cheiro das gardénias
que um dia tive no parapeito da janela
.
Autor : Beatrice
Foto: api

5 comentários:

mfc disse...

As gardénias voltarão... ao som de um tango de Gardel!

Manuel Veiga disse...

que o perfume da gardénias te seja afago... e promessa.

beijo

Mar Arável disse...

Belas gardénias

o perfume das memórias
à janela

A.S. disse...

Na vida, tal como na primavera, tudo renasce e se renova... até o amor! Mas o cheiro das gardénias, vai perdurar no tempo no parapeito da janela...


Beijos,
AL

Anónimo disse...

Depois de tão ferida e magoada, a lembrança de um cheiro é o suficiente para dar aquela sensação de aconchego, de abraço, de voltar a casa, de que tanto precisa nessa hora.

A foto é belíssima e o poema maravilhoso.

Beijinho.