domingo, 5 de junho de 2011

Apenas um cigarro


As palavras são as mesmas
mas deixei de saber o tempo
para chegar a ti
durante meses e meses
tinha perdido o hábito
as histórias que de noite sonhas
o evidente esplendor que depois
não tomou nenhuma forma

que a razão é a deste amor
que tanto se confunde
com o medo

não dizias nada
tinhas de repente uma pressa desesperada
como quem do mundo inteiro
pretendesse apenas
um cigarro

Autor:-José Tolentino Mendonça
Foto:
mimowolna




1 comentário:

Manuel Veiga disse...

um belo e delicado poema de amor...
gostei muito.

beijos