- Porque me aceitaste abandonar-te? - Porque me és vento na metade esquerda do coração e eu amo o vento - Porque me aceitaste regressar-te? - Porque me és vento na metade direita do coração e eu amo o vento. Autor : Helena Gameiro
Mas é da tua mão que eu preciso agora. Há momentos em que me farto de ser homem: tudo tão pesado, tão estranho, tão difícil. Eu vou tendo paciência e no entanto, às vezes as coisas magoam, há ideias que entram na gente como espinhos. Não se podem tirar com uma pinça: ficam lá. É então que a cara principia a estragar-se e a gente
dizem
envelhece. Necessito de muito pouca coisa hoje em dia: uns livros, o meu trabalho de escrever, amigos que se estreitam com o tempo, alguns deixados para trás, não sei onde.
Ao meu coração um peso de ferro Eu hei de prender na volta do mar. Ao meu coração um peso de ferro... Lançá-lo ao mar. Quem vai embarcar, que vai degredado, As penas do amor não queira levar... Marujos, erguei o cofre pesado, Lançai-o ao mar. E hei de mercar um fecho de prata. O meu coração é o cofre selado. A sete chaves: tem dentro uma carta... _ A última, de antes do teu noivado. A sete chaves, _ a carta encantada! E um lenço bordado... Esse hei de o levar, Que é para o molhar na água salgada No dia em que enfim deixar de chorar. Autor:Camilo Pessanha, in 'Clepsidra'