terça-feira, 3 de setembro de 2024

De Setembro

Por ti escrevo o desenho do sol
sobre as macieiras,
o destino da minha sombra
na terra.

Estás longe,
no fulminante calendário
das emoções.

As folhas que pisaste
no último outono
ardem agora,
rutilantes e húmidas,
na tarde vazia.

Cantas na memória
como no primeiro dia,
os dedos cegos como frutos.

Sabes?

O odor dos eucaliptos
é setembro a beijar
a cor dos teus olhos.

Autor : Eduardo Bettencourt Pinto
Imagem : Andrea Hubner

1 comentário:

brancas nuvens negras disse...

Recordamos alguém nas pontas de recordação que acordam a memória.