Não há desespero algum neste estar só. Se permaneço imóvel é porque o silêncio é mais simples do que a voz de alguém. Na fala dos outros há sempre a rouquidão das coisas. O gemido latente das mãos a quererem mais. E no chão fora de mim há estilhaços onde corro o risco de ferir os pés. Corações que se partiram contra as manhãs de vidro dos sonhos.
Aqui estou a salvo. Neste estar só onde é impossível enlouquecer. Onde não há janelas que me atirem tempestadas. Nem sol que me arda no peito.
Autor : Virgínia do Carmo in Relevos
Imagem : Agnieszka Lorek
2 comentários:
Só, sim, mas voluntariamente.
Mais vale só que mal acompanhado, 😁
Cumprimentos poéticos
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