quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

As Camélias

 


Envolvida num xaile de ternura
encosto as minhas costas ao teu peito
cruzas os braços sobre as minhas ancas
de muito leve beijas-me os cabelos
Sonolentos pousados junto ao fogo
bebemos um licor do mesmo copo
ouvimos essa música dolente
onde um sax nos conta solidões
Mordiscas-me a orelha sem enfeites
respostas a poção do meu perfume
as tuas mãos procuram o meu peito
debaixo do calor da camisola
Os gestos são de sempre, são exactos
tudo está certo e nada está perdido
sob a manta xadrez os pés descalços
procuram-se e encontram-se em sossego.
Sentimo-nos eternos de tão ternos
Sabemo-nos humanos de tão bichos
Por isso é que as camélias desabrolham
mais brancas do que as neves de Janeiro.

Autor : Rosa Lobato de Faria

2 comentários:

" R y k @ r d o " disse...

Flor e poema lindíssimos que muito gostei de ver e ler. O meu elogio
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Saudações poéticas e cordiais
.
Poema: “”Queria ter um sonho””…
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Cidália Ferreira disse...

Bonito poema, amo camélias :)
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Nas manhãs da simplicidade da vida.
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Beijos e uma boa tarde!