Por medo da insónia adio o sono
nas noites em que com um golpe frio
a memória levanta a onda morta
do irrecuperável: o que adio?
Estou deitado num tempo muito extenso
entre a luz e o escuro, estou perdido
entre o imaginado e a verdade
de um mundo sem imagens: o que adio
não é o sono de que temo a falta
nem o sonho feroz nele contido
é a história do corpo percutindo
na fundura impiedosa do vazio
Autor: Gastão Cruz
Imagem : Hossein Zare
2 comentários:
Que bom poema.
Pura sedução poética. A imagem é magistral.
.
Bom fim de semana
Cumprimentos
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