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Tua mão sobre os meus lábios colocas

Para que, do que sinto, nada mais diga,

E assim pedes que avance, que prossiga,

Quando com a boca na minha pele tocas.

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Vacilo, mas tu, versada, a mão deslocas

Mirando-me de um modo que m’intriga,

Que m’excita, que a ser ousado m’obriga

Para ter de ti o que de mim também invocas…

Por instantes, hesitamos, algo impede

O consumar do desejo que m’arrebata,

Algo que tão bem sabes que só sucede

Quando esse teu olhar no meu constata 

Que este que sou tudo de ti quere e pede,

O que logo dás por de mim te sentires grata…

Autor : Luís Corredoura dixit

Imagem: Omar Ortiz