Paolo Barzman
No dia em que emudeceste a cidade
um sonho atormentou-me a noite
havia uma margem
onde uma frondosa árvore
em desespero
tentava abraçar o vento
e o vento passava e ria
intocável
um pássaro trazia a manhã à janela de um rio
onde tu banhavas o verbo
- ventre do poema
mais secreto e indomável
e a vida, meu bem
esse fogo
tão bendito quanto maldito
ia secando todas as águas...
trouxeste o tempo para dar de beber aos peixes
- esse quase nada onde quase tudo assenta -
e um muro de espelhos ergueu-se!
ao olhar o meu reflexo no muro
arranquei os olhos
para não voltar a ver-me
eu era o germe do silêncio
que chorava versos mudos
condenado a roer a memória mais funda
até que o verbo... já não doa.
Autor : Sónia M
http://soniagmicaelo.blogspot.pt/
um sonho atormentou-me a noite
havia uma margem
onde uma frondosa árvore
em desespero
tentava abraçar o vento
e o vento passava e ria
intocável
um pássaro trazia a manhã à janela de um rio
onde tu banhavas o verbo
- ventre do poema
mais secreto e indomável
e a vida, meu bem
esse fogo
tão bendito quanto maldito
ia secando todas as águas...
trouxeste o tempo para dar de beber aos peixes
- esse quase nada onde quase tudo assenta -
e um muro de espelhos ergueu-se!
ao olhar o meu reflexo no muro
arranquei os olhos
para não voltar a ver-me
eu era o germe do silêncio
que chorava versos mudos
condenado a roer a memória mais funda
até que o verbo... já não doa.
Autor : Sónia M
http://soniagmicaelo.blogspot.pt/
1 comentário:
Deixo um beijo...
Grata.
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