A pele era o que de mais
solitário havia no seu corpo.
Há quem, tendo-a metida
num cofre até às mais fundas
raízes,
simule não ter pele, quando
de facto ela não está
senão um pouco atrasada em
relação ao coração.
Com ele porém não era assim.
A pele ia imitando o céu como
podia.
Pequena, solitária, era uma pele
metida
consigo mesma e que servia
de poço, onde além de água ele
procurara protecção.
Autor : Luís Miguel Nava
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