Parti num dia de Setembro. Quase Outubro
Num fim de tarde com um saco na mão
Fui. Com umas sandálias que me magoavam os pés doridos, as
únicas que tinha
Deixei-te na casa grande
Sabia que alguém trataria de ti
O jardim estava cheio de açucenas
O sótão estava limpo e a minha cama ficou vazia
Para sempre
Mais ninguém voltou a dormir naquela cama
Senão tu
Voltei algumas vezes
Depois, menos, cada vez menos
E depois perdi a vontade de regressar
Disseram-me que depois de eu partir
Nunca mais foste o mesmo
Tinhas ficado estranho
Agressivo, e que dormias sempre no sótão
Do lado direito em cima da minha cama
Como se me esperasses
Dizem que nunca mais foste o mesmo gato
Nem tu
Nem a casa
Autor : BeatriceMar
5 comentários:
Muito bom, Beatrice. Excelente surpresa do último verso.
Um abração daqui do sul do Brasil.
Tenhas uma linda semana.
sentiu a falta de mimo - provavelmente ...
mesmo assim há gatos com sorte!
beijo
talvez os animais não tendo sentimentos, tenham mais do que os humanos
bjs
Eu faria o mesmo
pelos meus cães
Bj
Estamos sempre a partir
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