domingo, 14 de agosto de 2011

Ressurgimento


Passei o dia triste meu amor...
Foi um domingo inteiro de agonia.
Tudo empalidecera em mi derredor,
ficou a latejar a dor sombria!

Que doloroso e cálido sabor,
nos lábios me abrasava todo o dia!
Sentia ter bebido a própria dor,
dor imprecisa, negra nostalgia...

No silêncio do morno entardecer,
bebi a angústia que me fez sofrer,
e se fundiu em pranto, diluída...

E agora, amor, a minha angústia acalma,
purificada na dor, a minha alma,
vai ressurgir de novo para a vida!

Autor :Judith Teixeira
Mês dos Cravos – Sol-Posto
1920
Foto:Graça Loureiro

2 comentários:

Mar Arável disse...

Inevitável

o ciclo das marés

Manuel Veiga disse...

belo soneto.
que a Florbela não enjeitaria.

beijo