Passei o dia triste meu amor...
Foi um domingo inteiro de agonia.
Tudo empalidecera em mi derredor,
ficou a latejar a dor sombria!
Que doloroso e cálido sabor,
nos lábios me abrasava todo o dia!
Sentia ter bebido a própria dor,
dor imprecisa, negra nostalgia...
No silêncio do morno entardecer,
bebi a angústia que me fez sofrer,
e se fundiu em pranto, diluída...
E agora, amor, a minha angústia acalma,
purificada na dor, a minha alma,
vai ressurgir de novo para a vida!
Autor :Judith Teixeira
Mês dos Cravos – Sol-Posto
1920
Foto:Graça Loureiro
2 comentários:
Inevitável
o ciclo das marés
belo soneto.
que a Florbela não enjeitaria.
beijo
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