Chove
Espalham-se pelo ar
Os murmúrios das gotas
Os seus gritos
Magoados quando tocam o chão
Caminho pelos campos
Desnuda
Sem cobertas que me prendam
Mas não me vergo ao tempo
Como os velhos
Nem às memórias há muito esquecidas
Não me vergo à solidão
Não me vergo ao vento
Que sopra palavras
Que não entendo
Vergo-me apenas ao seu peso
Envolvo-me na terra
Fundo-me com ela
Deixo-me abraçar
Como por um amante
E tudo se torna claro
Brilhante e leve.
Escuto o silêncio
Do aroma da terra molhada
Fecundada pela chuva que cai
Escuto o silêncio
Prenhe das cores de que a terra se cobre.
Ergo-me
Também eu prenhe de luz
Agora renascida
Purificada
Entendo
Os gritos
Os murmúrios
As palavras
Que se soltam de mim
As palavras
Agora leves
Que a terra me segredou.
E chove ainda.
Espalham-se pelo ar
Os murmúrios das gotas
Os seus gritos
Magoados quando tocam o chão
Caminho pelos campos
Desnuda
Sem cobertas que me prendam
Mas não me vergo ao tempo
Como os velhos
Nem às memórias há muito esquecidas
Não me vergo à solidão
Não me vergo ao vento
Que sopra palavras
Que não entendo
Vergo-me apenas ao seu peso
Envolvo-me na terra
Fundo-me com ela
Deixo-me abraçar
Como por um amante
E tudo se torna claro
Brilhante e leve.
Escuto o silêncio
Do aroma da terra molhada
Fecundada pela chuva que cai
Escuto o silêncio
Prenhe das cores de que a terra se cobre.
Ergo-me
Também eu prenhe de luz
Agora renascida
Purificada
Entendo
Os gritos
Os murmúrios
As palavras
Que se soltam de mim
As palavras
Agora leves
Que a terra me segredou.
E chove ainda.
Autora:Helena Domigues http://orionix.blogspot.com/
Foto:Anikot
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