
se parecem ainda uma casa vazia
sem a pretensão de ocupá-las
tornam-se ténues disposições
os sinais da nossa presença:
um livro
a roupa que chegou da lavandaria
por arrumar em cima da cama
o modo como toda a tarde a luz foi
entregue ao seu silêncio
Em certos dias, nem sabemos porquê
sentimo-nos estranhamente perto
daquelas coisas que buscamos muito
e continuam, no entanto, perdidas
dentro da nossa casa.
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Autor:José Tolentino Mendonça
Autor:José Tolentino Mendonça
foto:Yust
1 comentário:
Lindo poema, como todos os que encontro aqui. Até me senti dentro dessa casa, cheia de introspecção, e gostei muito do sentimento que tive ao ler esse poema.
Um grande abraço,
Átila Siqueira.
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