quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Natal


desejo a todos os meus seguidores e amigos um 

santo natal


domingo, 22 de dezembro de 2013

É Natal

anuka baratashvili

Sei que me repito
mas, que interessa?

É Natal e eu não gosto da época
nem sequer entendo toda a azáfama
em volta de coisas que não fazem sentido nenhum.

Talvez o único sentido que faça
é que há muitos milhões de anos
nasceu um menino
para nos salvar.

E andamos todos às cegas…
.
BeatriceMar

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Cerejas

Michael Gorban

Foi um beijo com sabor

diferente... quente
rosado das cerejas maduras,
flor dormente.
Dizem que os beijos
são como as cerejas!
Ou serão as palavras
rosadas, vermelhas,
redondas e doces?
Para ti eu faço um ramo
de palavras, cerejas e beijos.
Depois, guardo as flores
num poema com pintas
rosadas, vermelhas
das cerejas, dou um nó
com um laço e
mando-te... um beijo.
.
Autor : Manuel Carvalho
In Cânticos Paralelos

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Agora

Jennifer Healy


Agora que o caminho que devo percorrer
é um passo adiante sobre uma trilha
que dá medo olhar, porque o abismo
implacável me chama.
Agora que foi morta a esperança
como um pássaro vitimado no ninho
por irmãos mais fortes.
Agora que é de noite todo o dia,
inverno todo o ano
e as semanas só têm segundas,
para onde olhar, onde voltar os olhos,
que não encontrem os olhos da morte?

.
Autor: Amália Bautista

domingo, 8 de dezembro de 2013

o livro que era teu

Michael Gorban

O dia nasceu nublado,
e contradizendo as previsões,
da metrologia, a chuva cai sem parar

Resta-me um dia para dar vida,
à luz que não se conjectura no céu,
mas que retenho em mim.

Hoje é o dia certo,
para reler,
o livro que era teu.
.
BeatriceMar

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Em tempo de mar

Robert Hagan,

Falei-te nos sonhos alados que proclamam o oceano
Que deixa a vontade planar em asmos;
Desenhei-te elipses, na pele, entre marasmos,
Sem sequer te tocar e sem te conduzir ao mundano.

Falei-te de pontes que unem o sagrado ao profano,
Entre palavras que não pedem histórias, nem sarcasmos;
Longe do clímax, mas próximo dos entusiasmos,
Provaste que sou tão só e tão simplesmente humano.

No saber do feito do mar e do horizonte afogueado,
Permaneci a dedilhar árias nos tons da perspectiva,
Pela escala da bondade da estação contemplativa.

Escrevi-te poemas e uma extensa missiva,
Sem parar no ventre de um destino rogado,
Falei-te do vasto amor, quem me mantém resignado.

Autor : Henrique Caldeira dos Santos http://aurorar.blogspot.pt/

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Bondade


Nelson Rolihlahla Mandela 
18 de Julho de 1918
5 de Dezembro de 2013
.

Ninguém nasce odiando outra pessoa
pela cor de sua pele,
ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender,
e se elas aprendem a odiar,
podem ser ensinadas a amar,
pois o amor chega mais naturalmente
ao coração humano do que o seu oposto.
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta,
jamais extinta.


Autor : Nelson Mandela


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Ir...




não tenho meio,
cada passo, é inicio !
( o centro só me existe no olhar!)
é assim que me construo no começar , cego do (des)fim…

Autor : almaro

domingo, 1 de dezembro de 2013

Paixao

Lauri Blank

Sinto ainda o sol que me afogueou
o corpo, quando o teu olhar
me despiu.
E surpreendentemente,
todas as palavras,
foram dispensáveis.
Sinto ainda a detonação,
explodindo em estilhaços
de fogo, cores e paixao.
 .
Autor : BeatriceMar 01-12-2013

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Tenta ler outra vez

Fletcher Sibtrhorp

Tenta ler outra vez. Não te apetece
voltar à febre alheia, à superfície
frontal da madrugada? Cada página
destapava outra vida, destilando
o veneno da esperança, a invenção
de um jogo mais que jogo, para lá
do lume que gritava enquanto ardia
na bola de cristal. Ainda conheces
o assombro ou a doença a que chamavas
pensamento? Regressa, por favor,
não te escondas na montra dos sentidos,
no vão sabor do corpo. Não te agrada
o abraço das estrelas quando nascem?,
a rota universal do labirinto?

Autor : Fernando Pinto do Amaral

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Delirando

© sonia Firlej

Todas as noites me devora a minha cama.
É uma cama tão triste, tão fria…
Lugar de sonho, tragédia, drama,
Onde deliro até ao raiar do dia.
Desperto sempre louco, baralhado,
Apaga-se-me no sono a fronteira
Entre o mundo sonhado
E a realidade verdadeira.
Esta noite olhei ao alto,
Sonhei-te a voar,
Corri, alcancei-te num salto,
Levei-te comigo p´ro fundo do mar,
Encontrámos uma cidade,
Aquela que me faz viver intensamente,
Onde se mata a sede de liberdade,
Onde eu conseguiria amar docemente.
Habitada por duendes dóceis e audazes,
Vivem felizes: Fizeram as pazes,
Destruiram fronteiras
Rasgaram bandeiras,
Encontrei a liberdade real, finalmente,
A única liberdade é aquela que se sente.
Todas as noites me devora a minha cama...

Autor : Gonçalo Nuno Martins

domingo, 24 de novembro de 2013

vamos pela montanha a ver o mundo dos outros

Mattijn Franssen

os meus amigos foram por esse mundo além,
hoje estou só,
apenas a gata não me abandonou.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Os (teus) gestos

foto : Arveth

Disto ficarão pequenos gestos
nada grandioso que se exclame

sorte de te ter junto aos meus restos
memória da tua boca fogo infame.

Vitória do teu corpo sobre o meu
no exacto momento em que te venço

tão só correr de nuvens sobre o céu
ou no fim do mundo um recomeço.

Queria inventar-te um sítio sem palavras
em que só sobre o corpo a luz derrama

sua generosa claridade.
Lembrar-te nos momentos em que amavas

— os corpos extenuados sobre a cama —
e havia um sol de não haver idade.


Autor.Bernardo Pinto de Almeida

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Os Gatos

Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
.
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
.
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
.
Autor : Manuel António Pina
(in Como se desenha uma casa; ed. Assírio & Alvim, 2011

18-11-1943
19-10-2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Depedidas

Sam Deawing

Todos os anos parto.
Vou e venho, já não sou de cá, nem de lá.
Todos os anos morro...e me choram!
Até sinto a pedra fria nas minhas costas, 
o sangue que me foge da cara, enquanto me 
rodeiam em círculo, para dizer um último adeus.
Não são momentos, são dias, antes de desarreigar, em que já não como, nem bebo...já não tenho entranhas. 
E quando chega esse dia, morro.
Mas não morro de verdade, sigo viva...para voltar a morrer!
E agora, que já conheço em vida a dor da morte, tenho dias,
em que penso, que talvez fosse melhor ficar por cá (Bélgica)
...para não ter que morrer outra vez!
.
Notas do meu diário

Autor : Sónia M
http://soniagmicaelo.blogspot.pt/