Fomos poucos, mas tantos nesse dia
Em que Abrii renasceu no nosso canto
Que julguei ver crescer cravos de espanto
No pequeno salão que me acolhia
A chuva intensa e o vento que zunia
Silenciaram quase por encanto
E veio-nos cobrir o mesmo manto
Que há tantos anos tanto nos unia
Cinquenta anos passaram mas, em nós,
Que vivemos o Abril original,
Não esmoreceu ainda a sua voz:
Não esqueceremos, nunca, todo o mal
De quem nos condenava ao medo atroz
Que então amordaçava Portugal.
Autor : Mª João Brito de Sousa
23.03.2025
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Retirado daqui : https://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt/