Alma: não tiveste um lugar. Assim,
te foste ao reino prometido, e dobras-te
agora em quanta solidão venceste,
impelida num mundo de retorno.
Nem a razão expectante permitiu
o maior pensamento de certezas!
Alma: da terra ao céu o traço fino
da tua directriz — mais não ficou...
Eis a vida — pó cruel, ansiedade
que deu a forma à tua acção perfeita
em sombras de tristeza e dia a dia.
Desvendado segredo! A dor que seja
o fogo, tua lembrança encontrou
nesse vazio a única palavra...
Autor : António Salvado
2 comentários:
António Salvado um poeta pouco divulgado, tenho muitos livros dele que tinha a gentileza de me enviar.
Um abraço.
Soneto lindíssimo.
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Saudações cordiais e poéticas
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